quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Acordo ortográfico para a Lusofonia?


Na verdade, o acordo para todos os países lusófonos escreverem igual foi já assinado em 1990, incluindo até umha delegaçom galega (nom oficial). Porém, dezassete anos depois, ainda nom foi levado à prática, devido às cautelas ora brasileiras, ora portuguesas. Mas parece que agora é -relativamente- a sério.

Se tiverdes interesse no assunto, aqui coloco dous artigos publicados hoje mesmo no jornal português Público, dedicados ao tema da unificaçom ortográfica dos países de língua oficial portuguesa.

No país sem consoantes mudas espera-se por Portugal para avançar

29.11.2007, Nuno Amaral, Rio de Janeiro

Em teoria, as alterações previstas já transbordam para o quotidiano do Brasil. No plano das intenções, o país com 187 milhões de pessoas a falar português queria formalizar a entrada em vigor do Acordo Ortográfico já em 2008. E deu sinais nesse sentido. O desaparecimento do trema, por exemplo, foi decretado no final do ano passado. A extinção dos dois pontos em cima do "u" é um dos indícios dessa vontade. Na prática, o Brasil está à espera. O léxico diplomático ajuda a ocultar alguma saturação com os impasses do outro lado do Atlântico.

"A gente quer marchar com Portugal. E não avançar sem ele, isso não faria sentido", disse ao PÚBLICO Godofredo Oliveira Neto, que preside ao organismo responsável pela concretização do acordo, a Comissão para Definição da Política de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa (Colip).

O Brasil podia já ter avançado, uma vez que o acordo já foi ratificado por mais de três países, limite mínimo estabelecido pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)." Diplomaticamente, nós reavaliámos a situação e constatámos que o acordo, que era algo para unificar a ortografia, já nasceria desunido, se o acto de adopção fosse isolado", vinca.

A classe académica é mais contundente na reacção. "A indefinição de Portugal está a emperrar todo o processo. Não se percebe e não quero admitir que os adiamentos sejam motivados pelos receios de "brasileirização" da língua", solta Emerson Inácio, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de São Paulo. As editoras preparavam-se para avançar com as alterações em Dezembro, final do período lectivo no Brasil.

O impasse é, então, político. Recentemente, o ministro das Relações Exteriores do Brasil evitou responder se o país avançaria sem Portugal. Sintetizou apenas o sentimento que povoa alguns sectores "Seria muito importante, do ponto de vista editorial, que Brasil e Portugal estivessem juntos quando se formalizar a adopção do Acordo Ortográfico", referiu. Na maioria dos casos, os membros do Governo de Lula da Silva evitam o tema.

"Oi?"

Pelas ruas do Rio de Janeiro, apenas com algumas excepções, as perguntas esbarram num invariável "oi" interrogativo. "Acordo quê?" Ou "Ah sim, aquilo da escrita, não é?"

Alberto Fonseca sabe do que se fala. "Se for para melhorar, para pôr tudo igual, acho muito bem", atira do balcão da lanchonete que possui junto à Praça da Cinelândia, no centro do Rio. "Outro acordo?", pergunta o taxista Adilson Costa. "Eu só não sei é para quê, falamos todos português. Só muda o sotaque."

A percepção (perceção), e o próprio vocabulário ganham outra espessura na zona sul da cidade. Nos bairros de Ipanema, Copacabana e Leblon o tema é familiar. "É uma bobagem essa ideia utópica de que o acordo vai transformar o português numa língua de relações internacionais", reage o médico Adalberto Iguateri. "Se era para mexer, deviam ter ido mais longe, é uma reforma acanhada", reforça. Sentada numa das esplanadas de Copacabana, Alice Dias folheia um livro. "Você sabia que o Saramago não necessitou ser "traduzido" para ser um best-seller no Brasil. Nem a outra senhora mais nova..." Concluiu-se que falava de Inês Pedrosa. "Eu acho muito bem, a língua é um património comum, deve unificar-se na forma escrita. Depois, pode ter vários sotaques." Alice Dias já foi professora, mas de Biologia.

Amiúde, o embaixador português Francisco Seixas da Costa participa em programas de televisão e escreve artigos de opinião sobre o assunto, desvalorizando o atraso e criticando alguma dramatização, "como se uns anos a mais ou a menos na conclusão de um texto trouxessem algum mal ao mundo, que viveu sem ele até agora", escrevia em Setembro (setembro) no jornal Estado de São Paulo.

O dedo no horizonte

Além do moribundo trema, a reforma acaba também com os acentos de "vôo", "lêem", "heróico". E premeia a semântica brasileira, que vê a extinção do "p", em prática no país, instituída.

Pequenas mudanças, vinca o também escritor Godofredo Neto. Mas com grande simbolismo, acrescenta. "São inúmeras as vantagens que advêm da efectiva (efetiva) adopção das normas já acordadas. Em primeiro lugar, a promoção e a funcionalidade do uso da língua portuguesa nos fóruns internacionais, por exemplo." Neto diz que não se cansa de alertar para a vacuidade dos "velhos do Restelo" da língua portuguesa. "A unificação ortográfica não atenta contra a variedade da língua oral, nem contra a riqueza das manifestações culturais que a língua veicula."

Emerson Inácio concorda. Acredita que a sala de aula será o melhor laboratório. "Não tenho dúvida de que, quando a nova ortografia chegar às escolas, toda a sociedade vai acompanhar as mudanças. Vai levar tempo, como ocorreu com a reforma ortográfica de 1971, mas ela entrará em vigor gradualmente."

O pior são os custos. Os editores consideram-se os perdedores do acordo. Estima-se que o custo médio de revisão de um livro possa atingir os cinco mil reais (18 mil euros). "A minha editora é pequena, mas vou ter de gastar um balúrdio. Espero é que a reforma venha para ficar", disse ao PÚBLICO Jerson Andrade, da editora Estandarte, do Rio de Janeiro.

Para atenuar os receios causados por estas consequências, o presidente da Colip aponta para o horizonte. "Vai exigir ginástica, vai implicar investimentos, mas é um legado que deixamos à história. Afinal, somos a terceira língua mais falada do mundo ocidental."


"Catástrofe", um "favor ao Brasil" ou uma oportunidade?

29.11.2007, Alexandra Prado Coelho

"Os brasileiros têm um problema, nós não. Isto é um favor que a diplomacia portuguesa está a fazer à brasileira, e é triste que a língua sirva de moeda de troca" Vasco Teixeira, editor português

Passaram-se 17 anos e o Acordo Ortográfico entre os países de língua portuguesa - que, segundo anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, vai ser ratificado até ao final do ano, com uma moratória de dez anos para a entrada em vigor em Portugal - continua tão polémico como sempre.

É "catastrófico no plano científico, económico e geoestratégico", garante o escritor e tradutor Vasco Graça Moura sobre este esforço para aproximar as grafias usadas por um lado por Portugal, os países africanos e Timor da grafia usada pelo Brasil. Resulta de "uma falta de visão estratégica", diz Vasco Teixeira, presidente da Porto Editora. É "bom para todos", defende o escritor José Eduardo Agualusa. É, essencialmente, "uma questão política", afirma o linguista Ivo Castro.

Desde o anúncio de Luís Amado que muitos portugueses se interrogam sobre as razões que levaram a despertar o acordo que parecia adormecido desde 1990. A verdade é que não estava tão adormecido como isso - em 2006 Cabo Verde e São Tomé ratificaram-no, juntando-se assim ao Brasil. Isto significa que já existem as três ratificações necessárias para que o acordo entre em vigor imediatamente nesses países, o que fez aumentar a pressão sobre Portugal para que ratificasse também.

O que farão os africanos?

A grande incógnita depois é o que farão os restantes países - Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor-Leste. E não é uma questão secundária. Ivo Castro avisa: "Se Portugal aderir sem previamente se assegurar que os restantes aderem, estará a romper a união ortográfica com Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor. Não sei até que ponto isso é compensado pela hipótese de uma união ortográfica com o Brasil." O linguista está convencido de que "Angola é o país que menos interessado está na ortografia".

Opinião diametralmente oposta é a de Agualusa, que não compreende "a oposição que tem havido em Portugal ao acordo". O escritor angolano, que vive entre Angola, Portugal e o Brasil, acha que "para um país como Angola é muito importante aplicar o acordo, porque este vai fazer aumentar a circulação do livro e facilitar a aprendizagem e a alfabetização, que é, neste momento, a coisa mais premente para Angola e Moçambique". Defendendo que, "se Portugal não quiser o acordo, então Angola deve avançar e Portugal fica isolado", Agualusa mostra-se convencido de que, "se o Brasil avançar, Angola não vai demorar muito tempo".

O mercado do livro escolar

Neste momento, em Angola o processo está a ser estudado pelos ministérios da Educação e Relações Exteriores, após o que terá que ir a Conselho de Ministros e ao Parlamento para aprovação, disse ao PÚBLICO o adido de imprensa da embaixada em Lisboa, Estevão Alberto - informação que confirma que, pelo menos, o acordo não está "adormecido".

Uma das questões centrais de todo este debate é fácil de perceber: os países africanos de língua oficial portuguesa, sobretudo Angola e Moçambique, são importantes mercados para os livros (os escolares, em primeiro lugar), que neste momento são fornecidos por Portugal. Um acordo ortográfico deixaria o Brasil numa situação muito mais favorável para entrar nesses mercados.

Vasco Teixeira, presidente da Porto Editora (que, juntamente com a Texto Editora, fornece a maioria dos manuais escolares a Angola e Moçambique), admite que essa questão é importante, mas julga que "as editoras [portuguesas] nalguns casos até poderão ganhar". Contudo, o que está em causa "não é um problema de negócios", mas sim "uma visão estratégica para a língua portuguesa". E sublinha: "Os brasileiros têm um problema, nós não temos. Isto é um favor que a diplomacia portuguesa está a fazer à brasileira, e é triste que a língua sirva de moeda de troca entre diplomacias."

O acordo "abre a porta ao Brasil nos países africanos, onde até agora não conseguiram entrar", diz Vasco Graça Moura. "Isto serve para beneficiar a indústria editorial brasileira. Como eles já têm tudo adaptado ao acordo, assim que entrar em vigor avançam imediatamente. Nós já temos uma edição pelas ruas da amargura e vamos ficar com ela pior." As alterações no Brasil afectam apenas 0,5 por cento das palavras e em Portugal 1,6 por cento.

Aproveitar o Brasil

É tudo uma questão de saber aproveitar as oportunidades, contrapõe Agualusa, para quem o acordo abre a Portugal o mercado brasileiro. "Uma das áreas em que Portugal é muito superior ao Brasil é na dos livros para crianças, só que não investe nisso." Além disso, "80 por cento dos livros no Brasil ficam no Rio de Janeiro e em São Paulo", o que deixa todo o resto do país de 180 milhões por explorar.

Para ser aprovado, o acordo tem ainda que passar pelo Conselho de Ministros e pelo Parlamento. A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, disse na terça-feira que o seu ministério, em conjunto com o da Educação, defenderam a moratória de dez anos, que foi aceite pelo MNE, "para proceder à sensibilização dos editores" e preparar a introdução do acordo nas escolas.

Ninguém sabe exactamente (o PÚBLICO pediu essa informação ao Ministério da Educação, mas não recebeu resposta em tempo útil) quando é que o acordo começará a ser aplicado nas escolas, mas a moratória de dez anos visa precisamente evitar os custos da substituição imediata dos manuais escolares.

Mas o que acontecerá, se, de repente, os países que ainda não ratificaram decidirem acelerar o processo e adoptar a nova grafia num prazo mais curto que os dez anos? "Se isso acontecer", disse Pires de Lima, "Portugal reverá a sua posição e procurará ser mais célere."

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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Catalám em português


Neste vídeo vemos um reconhecido historiador catalám a falar sobre alguns temas da sua especialidade: a descolonizaçom africana e a Lei espanhola da Memória Histórica. Até aqui, nada de especial, mas falta dizer que a sua conversa de cinco minutos é em português, o que a torna mais interessante para nós.

Queria que reparássedes no seu bom português, em termos gramaticais, e as maiores dificuldades em termos de fonética. Porém, é interessante comprovar que nom tem problemas com a sonorizaçom dos esses, talvez precisamente por partir do catalám, que também tem esses sonoros; reparai também na indistinçom entre bês e vês, na pronúncia do cê agá e, em geral, na nasalizaçom insuficiente e no vocalismo átono um bocado aberto de mais.

Contodo, devemos admitir o mérito de Josep Sánchez Cervelló (que assim se chama) ao conseguir falar português com bastante soltura e correcçom, até melhor do que fariam alguns historiadores galegos :-)

Acho que escuitá-lo com ouvidos de aluno ou aluna de português pode ajudar-vos a analisar e melhorar a vossa própria oralidade, nom achades?



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domingo, 25 de novembro de 2007

Governo português vai mudar política lingüística no exterior


O governo português anunciou mudanças no ensino do português no estrangeiro, para o adaptar às necessidades de umha língua que já é a terceira ocidental mais falada no mundo.

A informaçom trago-a dos meios de comunicaçom portugueses, que falam de alteraçons por parte da Secretaria de Estado da Educaçom na estratégia de difusom do português no mundo.

Se até agora a presença internacional ficava reduzida a leitorados, colocaçom de professores na Europa e algum apoio fora do continente, mas sempre em ámbitos académicos e junto das comunidades de lusodescendentes, agora tenciona-se fazer umha maior afirmaçom da presença do português em todos os ámbitos.

Haverá umha consolidaçom da certificaçom da aprendizagem, dixo Jorge Pedreira, secretário de Estado da Educaçom, e umha estratégia comum no seio da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) para dar mais 'visibilidade' à língua no palco internacional.

Aumenta o número de aprendentes em todo o mundo

De facto, o número de pessoas a aprender português no estrangeiro tem aumentado até passar de 61.000 para 64.000 no último ano. O interesse polo português cresce nos Estados Unidos e em África vai ser logo a segunda língua mais falada. Polos vistos, um relatório do Pentágono assinala-a como "umha das cinco línguas fundamentais a aprender o futuro".

Teremos que estar de olho atento para ver se existe umha actuaçom específica para promover a sério o ensino do português na Galiza, o que viria bem para apoiar o labor que já fam as Escolas Oficiais de Idiomas.

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domingo, 18 de novembro de 2007

áudio> A diversidade da língua portuguesa


Encontrei um arquivo de áudio brasileiro interessante, na Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa, que fala sobre a diversidade interna do português falado no Brasil, e das diferenças entre o padrom e as variantes regionais, sociais, etc. Entre as referências ao numeroso vocabulário de raiz indígena existente no actual português brasileiro, nesta exposiçom falada fai-se referência a dous traços 'regionais' brasileiros que vam ser conhecidos para vós...

Refiro-me ao uso de formas como 'arriba' e 'em riba', em lugar das próprias do padrom, 'acima' e 'em cima', que nós já vimos há umhas semanas. Reparai no uso popular, no Brasil, das formas maioritárias na Galiza.

No documento de áudio também se comenta a pronúncia única das grafias < b > e < v > com a realizaçom bilabial da primeira, em palavras como 'varrer': quer dizer, a pronúncia galega do que nos padrons brasileiro e português som duas pronúncias, como nós sempre insistimos nas aulas.

Na explicaçom do fenómeno dialectal brasileiro, recorre-se ao passado 'galaico-português'. No entanto, som esses traços ainda vivos no norte de Portugal actualmente. Estamos, portanto, perante traços próprios do português, presentes hoje em Portugal, no Brasil... e na Galiza.

Recomendo-vos que escuitedes o áudio, de 12 minutos, e experimentedes também a compreensom do padrom brasileiro, em relaçom ao de Portugal que estamos a aprender nas nossas aulas.

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terça-feira, 13 de novembro de 2007

Estou de licença: volto em Dezembro

Como já expliquei na semana passada, vou estar 29 dias de licença. A chegada da colega ou o colega que me substitua nas aulas será iminente, e espero que todo isto nom vos crie muitos contratempos. Para qualquer dúvida ou questom que quigerdes tratar comigo, podedes fazê-lo via e-mail (mauricio@eoiferrol.org).

Tentarei também nom actualizar muito o blogue no que poda servir de interferência com o trabalho do vosso professor ou professora provisória, limitando-me a informaçons de interesse como a postagem anterior.

Quanto às pessoas que estades a participar nas aulas complementares, no wiki explico-vos que, nom tendo aulas presenciais durante estes dias, se calhar é melhor esperarmos a recuperar o ritmo normal de aulas para continuarmos com a tarefa, mas admito outras sugestons.

Espero ver-vos a inícios de Dezembro, 'tá bem?

Maurício.

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Cinema e literatura na raia galego-portuguesa


Ponte Vedra acolhe, no Palácio da Cultura, umhas jornadas que querem servir para "nos aproximar do que está a fazer-se nas duas margens...", segundo a políptico de promoçom destas Letras na Raia. Decorre nos dias 23 -sexta- e 24 -sábado- de Novembro, e inclui conferências, colóquios, projecçons e outras actividades protagonizadas por autores e autoras da Galiza e de Portugal.

Estes encontros, segundo afirmam a entidade promotora -a Associaçom de Escritores em Língua Galega- tencionam criar um diálogo positivo face a problemas e situaçons comuns relativas à criaçom artística na Galiza e em Portugal. Na ediçom deste ano, o cinema e a literatura som as artes que protagonizam a iniciativa. Podes aceder ao programa completo em formato PDF clicando aqui.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

"Mostra portuguesa" em Compostela e Vigo


A Junta da Galiza, em colaboraçom com os governos português e espanhol, organiza a V Mostra Portuguesa, entre os dias 13 e 21 de Novembro, em Compostela e Vigo. Sendo este um evento que vem promovendo o governo espanhol nos últimos anos, nom deixa de ser lamentável que a Junta careça de linha própria na promoçom do relacionamento estável com Portugal. Mas, afinal, esta Mostra é mais um exemplo disso.

Na Mostra colaboram a Junta da Galiza, o Instituto Camões, a Embaixada de Portugal e vários ministérios de Portugal e Espanha, além de umha ou outra entidade privada e financeira. Muito espalhafato para umha iniciativa que devia ser só isso: umha entre tantas necessárias e normais no relacionamento directo e sem intermediários entre a Galiza e Portugal; mas pronto, é o que temos por enquanto...

A questom é que, desta vez, visitam a Galiza três grandes fadistas: Carlos do Carmo, Mariza e Camané, num concerto em Compostela, e Rão Kyao, que actuará em Vigo. No primeiro concerto, o bilhete custa 27 euros e no segundo 7. O primeiro nom é assim mui barato, mas o interesse -para quem gostar de fados- é inegável.

Como mostra, coloco-vos aqui umha actuaçom conjunta de Carlos do Carmo e de Mariza a cantarem todo um clássico de Amália Rodrigues: "Estranha forma de vida". E abaixo, a letra:



Estranha forma de vida

Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

Amália Rodrigues

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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A Galiza e os Camarões


Acaba de saber-se que a selecçom de futebol da Galiza vai ter o seu próximo jogo, a 27 de Dezembro, contra a dos Camarons, um país africano com nome galego-português.

Sim, o nome actual do país foi dado polos primeiros europeus quando lá chegárom, em 1472. Polos vistos, a expediçom do navegador português Fernando Poo ancorou as naus no estuário do rio Wouri, que foi rebaptizado como "Rio dos Camarões", pola abundáncia desse crustáceo. A palavra galego-portuguesa 'Camarões' foi a partir daí o nome ocidental desse território do Golfo da Guiné, transformada polos espanhóis em 'Camarones', polos alemáns em 'Kamerun', polos ingleses em 'the Cameroons' e polos franceses em 'Cameroun'.

Os Camarons ('Camarões' em português) fôrom sucessivamente protectorado alemám, colónia francesa (parte oriental) e británica (parte ocidental), e independizárom-se a 1 de Janeiro de 1960, como federaçom de dous estados primeiro e como Estado unitário a partir de 1972.

Enfim, nom é motivo de orgulho andar por aí a rebaptizar territórios que com certeza já tinham nome nos respectivos idiomas próprios. Ainda som menos motivo de orgulho as práticas esclavagista de portugueses, espanhóis e outros europeus, durante séculos, em terras africanas. Mas sim é curioso sabermos que há hoje um país africano independente com um nome tam galego...

Que como é o gentílico?
'Camaronês' para o masculino e 'camaronesa' para o feminino. E lembrai que é também um dos poucos nomes de países, se nom o único, que leva à frente um artigo masculino plural:

Exemplo: Viajei aos Camarões, aproveitando que tenho uma amiga camaronesa.

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terça-feira, 6 de novembro de 2007

Prática com o vocabulário urbano, do lar e profissional


Proponho-vos um novo exercício de prática com o vocabulário que estamos a ver nestes dias nas aulas, incluídas algumhas falsas semelhanças com o espanhol, relativas ao campo profissional, do lar e urbano. Dizei se achades fácil ou difícil, para me orientardes na elaboraçom. Ou será que ninguém joga? :-(


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Português, entre as línguas que experimentarám maior crescimento até 2050


Na reuniom convocada em Lisboa pola Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (Flad) sob o mote "Promoção da Língua Portuguesa no Mundo", o lingüista británico David Graddol considerou que o português, junto ao chinês, inglês, espanhol e árabe, som as línguas com maior tendência para o crescimento em número de falantes no mundo.

Com a perspectiva do ano 2050, o escritor e lingüísta David Graddol afirmou que o português irá ter um "crescimento rápido", estimaçom em que também coincidiu Nicholas Ostler, especialista em línguas também británico, que lembrou que hoje existem 16,7 falantes de português do Brasil por cada falante de português lusitano, o que dá ao país americano a maior projecçom no aumento do número de falantes de português no mundo.

Na actualidade, o português ocupa o sexto lugar entre as línguas mais faladas, à frente do alemám, francês e japonês e atrás do chinês, hindi, inglês, espanhol e árabe. Em concreto, o português conta com uns 180 milhons de falantes nativos em quatro continentes e com mais 15 milhons que o usam como segunda língua.

Mais informaçons aqui.

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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Cesária Évora na Corunha


Graças à informaçom do Pepe, aluno da turma das 19h00, soubemos da próxima actuaçom da mais bem conhecida cantora cabo-verdiana: Cesária Évora, na Galiza. Vai ser no próximo dia 15 de Novembro, quinta-feira, no Teatro Colom da Corunha.

Será, sem dúvida, umha boa ocasiom para escuitar ao vivo umha das principais vozes da lusofonia, com musica africana de raiz, cantada principalmente no idioma crioulo falado em Cabo Verde, de base portuguesa, formado a partir da colonizaçom portuguesa do arquipélago, no século XV.

Quanto a Cesária Évora, já foi premiada com o Grammy em 2004, em reconhecimento do Melhor Álbum de Música contemporánea do Mundo ao seu último disco, Voz d'amor. Tem gravado e cantado para trilhas sonoras de filmes como Underground, de Emir Kusturica, e colaborado com outros grandes cantores lusófonos, como Caetano Veloso.

Aqui vos deixo um vídeo clipe da Cesária Évora, com imagens de Cabo Verde, junto a umha recomendaçom para assistirdes ao concerto se vos for possível.



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Gonçalo Cadilhe na Galiza


Por iniciativa do Instituto Camões, o escritor de crónicas de viagens português Gonçalo Cadilhe visita a Galiza neste mês. Será nos dias 19 e 20 que ele apresente a sua mais recente obra, África acima, na Corunha, Compostela e Vila Garcia.

Concretamente, Gonçalo Cadilhe vai estar na Faculdade de Filologia da Universidade da Corunha no dia 19 às 10h30. Na tarde do mesmo dia, terá umha palestra na EOI da Corunha, e já no dia 20h00 estará ao meio-dia na Faculdade de Filologia da Universidade de Compostela e às 19h00 na Escola Oficial de Idiomas de Vila Garcia.

Só é pena nom podermos aproveitar a viagem à Galiza de Cadilhe para o trazermos também a Ferrol, mas o facto de sermos a Escola 'caloira' impediu-nos ter conhecimento da iniciativa em tempo.

De qualquer maneira, para quem tiver interesse no género das crónicas de viagens, coloco aqui uma pequena recensom da sua mais recente obra, protagonista da sua próxima visita à Galiza.

África Acima
A magia de África nas palavras do autor de Planisfério Pessoal

África Acima recolhe crónicas semanais que Gonçalo Cadilhe foi escrevendo e publicando no jornal Expresso ao longo de vários meses.
Como é seu hábito, Gonçalo Cadilhe recusou o transporte aéreo. Em autocarros e comboios, em balsas e bicicletas de ocasião, à boleia em camiões ou a pé com a mochila às costas, o viajante atravessou África desde o cabo da Boa Esperança, no extremo Sul, até ao Estreito de Gibraltar, no extremo Norte.
Oito meses, quinze países, 27 000 quilómetros e 50 000 palavras resultaram num livro sincero e deslumbrado, em que as amizades, o humor, a tolerância e a humildade conseguem vencer a miséria, a corrupção, as estradas desfeitas e o calor brutal de uma viagem épica por um continente impressionante. Na sua mais recente viagem, Gonçalo Cadilhe redescobre a magia e os mistérios de uma África que continua a fascinar os grandes viajantes.

Publicado por Oficina do Livro.

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domingo, 4 de novembro de 2007

Vamos praticar cumprimentos e formas de tratamento


Proponho-vos mais um exercício de revisom de conteúdos iniciais, da primeira unidade. Trata-se de completar umha conversa entre três personagens na rua, preenchendo espaços com formas de tratamento e outras expressons próprias de umha situaçom dessas.


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Palavras cruzadas: paisagem urbana


Será que lembras o vocabulário urbano que andamos a ver ultimamente em aulas? Achas mesmo? Vamos lá ver...


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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

"A fisga" ao vivo, com exercício de preenchimento de espaços


Lembraredes a cançom "A fisga", que utilizamos há uns quinze dias para praticarmos a compreensom auditiva e para vermos algumhas formas irregulares dos verbos no presente.

Bem, pois localizei a gravaçom em vídeo de umha versom ao vivo num concerto dos Cabeças no Ar, novo nome dos Rio Grande que gravaram pola primeira vez essa cançom. Abaixo coloco-vos também a letra, com os espaços para preencher. Já figemos em aulas, portanto é mais fácil...



...reparai que tendes a possibilidade de pedir umha ajuda, clicando no sinal de interrogaçom, ou ainda umha letra da palavra de cada vez que cliqueis no botom que di "pista". No fim do exercício, tendes ainda ocasiom de fazer correcçons e de ver a percentagem de acertos. Boa sorte!


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