quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Comparativa Espanha-Portugal no jornal Público


A falta de estudos sociais comparativos entre a Galiza e Portugal, coloco-vos agora umha notícia publicada polo diário português Público, a comparar alguns costumes sociais de Portugal com os correspondentes no conjunto do Estado espanhol.

Portugueses já se casam menos do que os espanhóis, têm mais filhos fora dessa relação e cada vez mais tarde

21.12.2007, Isabel Leiria

Em Portugal bebe-se mais vinho, consome-se menos leite, mas fuma-se menos. Quanto a telemóveis e carros, poucos países ficam à frente

Desde 1999 que o número de casamentos em Portugal não pára de cair e, na comparação com o país vizinho, a percentagem de espanhóis que celebra o matrimónio já é superior. Não foi assim durante muitos anos, mas os últimos números compilados pelos institutos de estatística dos dois países confirmam a inversão.

O número de bebés nascidos fora do casamento é outro dos indicadores que atestam a tendência. Em Portugal, em 2005, quase um terço (30,7 por cento) dos nascimentos ocorreram entre pessoas não-casadas. Em Espanha, a percentagem foi de 26,6 por cento.

Os dados reunidos na publicação A Península Ibérica em Números 2007, ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), também mostram uma subida acentuada da idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho. Desde 1995, aumentou quase dois anos e está agora acima dos 27. Em Espanha, acontece ainda mais tarde (em média, depois dos 29 anos).

Apesar disso, a taxa de natalidade é superior do outro lado da fronteira. Aliás, esta foi outra das tendências que se inverteu - o número de nascimentos tem caído constantemente em Portugal e subido em Espanha -, sendo que a esperança de vida à nascença é superior neste último país. Em relação às raparigas, Espanha apresenta mesmo a esperança média de vida mais alta da UE 27 (83,7 anos contra 81,3 em Portugal).

No entanto, há um indicador em que os dois países continuam próximos: a maioria dos agregados familiares (16,6 por cento em Portugal) é constituída por uma pessoa. A dimensão média das famílias é de 2,8 e 2,9, respectivamente.

Fora do capítulo populacional - o INE traça a comparação nas mais diversas áreas - fica ainda a saber-se o seguinte: os acessórios para o lar, comunicações, ensino, restauração e hotéis são mais em conta em Portugal do que em Espanha; nos transportes e na saúde, acontece o contrário. Neste último campo, os portugueses têm uma visão mais pessimista e 29 por cento consideram que o seu estado de saúde é "mau" ou "muito mau", em contraste com nove por cento dos espanhóis. Do lado de cá bebe-se mais vinho, consome-se menos leite, mas fuma-se bastante menos.

Praticamente todos os alunos aprendem Inglês na escola, mas os portugueses também têm aulas de Francês (90 por cento de inscritos no 3.º ciclo do básico, contra 39 por cento dos espanhóis). E há mais mulheres a licenciarem-se em Portugal do que em Espanha. De resto, trabalha-se as mesmas horas nos dois lados da fronteira, mas a produtividade portuguesa é substancialmente mais baixa. E este é um dos países onde a vida activa se prolonga durante mais tempo (63,1 anos em média contra 60,9 na UE).

Quanto ao número de telemóveis e de carros por mil habitantes, poucos países superam Portugal, onde existem mais aparelhos do que pessoas e mais de um automóvel por cada duas pessoas.

Fonte: Diário Público

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