sexta-feira, 14 de março de 2008

Acordo ortográfico entra em Portugual com um período de adaptaçom de seis anos

Já temos falado nalgumha ocasiom do acordo ortográfico que os países lusófonos aprovárom em 1990 sem conseguirem aplicá-lo até hoje. Portugal, que tem sido o mais renitente, parece agora disposto a o implementar num período de seis anos, segundo a proposta do Governo de José Sócrates. Coloco-vos aqui umha interessante notícia relacionada com a ediçom de novos materiaias consoante as novas normas ortográficas, que incluem pequenas moficaçons que unificam a escrita em Portugal, no Brasil, e na África de expressom portuguesa.

Três ferramentas para a Língua Portuguesa pós-Acordo Ortográfico

Os novos dicionários com as alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico de há 17 anos vão estar à venda a partir de amanhã. Após o Governo ter aprovado para ratificação o segundo protocolo modificativo do acordo, a Texto Editores lança agora dois dicionários e um guia conformes com as alterações previstas para a nova grafia do Português.

Os novos dicionários vão sistematizar as alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico que desde 1991 espera por entrar na vida dos portugueses.

O Governo de José Sócrates estabeleceu um período de seis anos para a adaptação às alterações introduzidas na grafia e até que estas, sem pressas, sejam adaptadas pelos editores e ensinadas nas escolas. No entanto, a partir desta sexta-feira, dois dicionários (uma versão de luxo e outra de uso corrente) e um "guia" vão estar à disposição de todos os clientes da língua portuguesa.

"Novo Dicionário da Língua Portuguesa - Conforme Acordo Ortográfico" (edição corrente), "Novo Grande Dicionário da Língua Portuguesa - Conforme Acordo Ortográfico" (edição de luxo) e "Atual - O novo acordo ortográfico - O que vai mudar na grafia do português" foi a forma encontrada para designar as três obras prestes a sair para o mercado e para cuja elaboração a editora contou com colaboração dos linguistas João Malaca Casteleiro e Pedro Dinis Correia.

O "Novo Grande Dicionário da Língua Portuguesa" é constituído por mais de 250 mil entradas, divididas em dois volumes, de 1.024 páginas cada. Já o "Novo Dicionário da Língua Portuguesa - Conforme Acordo Ortográfico", voltado para o uso diário, inclui 125.000 entradas.

O guia "Atual - O novo acordo ortográfico - O que vai mudar na grafia do português" terá como função a consulta rápida sobre as principais alterações introduzidas pelo Acordo de 1991.

Protocolo assinado pelo Governo na semana passada

Na passada quinta-feira, 6 de Março, o Governo aprovou a proposta do segundo protocolo modificativo ao acordo ortográfico da Língua Portuguesa de 1991 e prometeu adoptar as medidas necessárias para "garantir o processo de transição no prazo de seis anos".

"O Estado Português adoptará as medidas adequadas para garantir o necessário processo de transição, no prazo de seis anos, nomeadamente ao nível da validação da ortografia constante dos actos, normas, orientações ou documentos provenientes de entidades públicas, bem como de bens culturais, incluindo manuais escolares, com valor oficial ou legalmente sujeitos a reconhecimento, validação ou certificação", lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, manifestou na altura a convicção de que o Acordo Ortográfico vai entrar em vigor em todos os Estados da CPLP já nos próximos anos.

Alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico

Caberá aos novos dicionários apresentar aos portugueses as novas regras da grafia do Português.

Numa primeira abordagem ao guia, ficamos a saber que o abecedário passa a ter 26 letras, graças à introdução do "K", "W" e "Y", a partir de agora oficialmente na família das letras lusas.

Quanto ao hífen, o "traço" que separa as palavras, deverá ser suprimido caso a segunda palavra comece por "R" ou "S". Por exemplo, na palavra "anti-semita", o hífen desaparece e passa a escrever-se "antissemita".

Uma alteração que se fará notar tem a ver com a queda das consoantes mudas, operação que vai aproximar mais a língua escrita da língua falada. Deverá por isso habituar-se a escrever "óptimo" sem o "P" e selecção apenas com o "C de cedilha".

Uma outra alteração tem a ver com o desaparecimento do acento circunflexo em algumas formas. Como no caso da palavra "lêem", que passa a "leem".

Paulo Alexandre Amaral, RTP

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